Quase 40% das
mulheres vítimas de homicídio foram assassinadas por seus maridos. Organização
Mundial de Saúde considera problema "epidemia global de saúde"
AP
Manifestação no
Chile contra violência doméstica: relatório da OMS indica que 30% das mulheres
no mundo sofrem abuso de seus parceiros
Mais de um terço de
todas as mulheres do mundo são vítimas de violência física ou sexual, o que
representa um problema de saúde global com proporções epidêmicas, disse um
relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (20).
A grande maioria das mulheres sofre agressões e abusos de seus maridos
ou namorados, e sofrem problemas de saúde comuns que incluem ossos quebrados,
contusões, complicações na gravidez, depressão e outras doenças mentais, diz o
relatório.
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"Esta é uma
realidade cotidiana para muitas, muitas mulheres", disse Charlotte Watts,
especialista em política de saúde na Escola de Higiene & Medicina Tropical
de Londres e uma dos autores do relatório.
O relatório concluiu que quase dois quintos (38%) de todas as mulheres
vítimas de homicídio foram assassinadas por seus parceiros e que agressão por
maridos ou namorado é o tipo mais comum de violência sofrida pelas mulheres.
No Brasil:
Governo gasta menos de 1/3 do previsto para combater violência contra mulher
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O relatório
constatou que a violência contra as mulheres é uma das causas para uma
variedade de problemas de saúde agudos e crônicos, que vão desde lesões
imediatas, infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, à depressão e
transtornos de saúde mental. Elas também são duas vezes mais propensas a
abortar um filho indesejado.
As mulheres que
sofrem violência de seus parceiros são 1,5 vezes mais propensas a ter sífilis,
clamídia ou gonorréia. E, em algumas regiões, incluindo a África sub-saariana,
têm 1,5 vezes mais probabilidade de serem infectadas com o vírus da Aids, diz o
relatório.
“Como trabalho
nesta área, os números não me surpreenderam”, afirmou ao iG Karen Devries,
outra coautora do estudo. “Mas acredito que para muitos, eles serão chocantes,
porque a violência doméstica acontece no âmbito íntimo e as mulheres não se
sente à vontade de divulgar suas experiências, então muitos não compreendem a
magnitude do problema”.
“Cada país deve
estabelecer suas própria soluções para o problema,” continua Karen. “Ainda
temos que aprender o que causa a violência, mas existem exemplos promissores em
alguns países. Por exemplo, um programa na África do Sul diminuiu a violência
pela metade em dois anos”.
A OMS está emitindo
orientações para os profissionais de saúde sobre como ajudar as mulheres que
sofrem violência doméstica ou sexual. Eles salientam a importância em treinar
os profissionais de saúde para reconhecer quando as mulheres podem estar em
risco de ser agredida pelo parceiro e saber como agir.
Em um comunicado
que acompanha o relatório, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que a
violência causa problemas de saúde com "proporções epidêmicas",
acrescentando: "os sistemas de saúde do mundo podem e devem fazer mais
pelas mulheres que sofrem violência."
Fonte IG - (Com informações, Reuters
e reportagem de Maria Fernanda Ziegler)
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