Ao se reunir com
23 parlamentares da base aliada no Congresso Nacional hoje (1º) à noite, a
presidenta Dilma Rousseff concentrou a sua fala em apenas um pedido: a
aprovação do projeto que altera a meta fiscal deste ano. Senadores e deputados
de 11 partidos ouviram durante o encontro, no Palácio do Planalto, argumentos
referentes à política econômica do governo e discutiram estratégias a serem
adotadas durante a votação, marcada para as 18h desta terça-feira (2).
Na semana passada, a votação do Projeto de Lei do Executivo 36/14 foi adiada após impasse
entre governistas e oposicionistas. Enfrentar a obstrução da
oposição é dada pelo governo como uma articulação necessária para que a matéria
seja aprovada.
“Quando se fala da
importância que tem a execução orçamentária neste último mês do ano para a
economia brasileira, para estados e municípios, evidentemente todos ficam mais
conscientes de que não só é importante comparecer, mas permanecer em plenário”,
disse o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência,
Ricardo Berzoini.
Estiveram reunidos
líderes do PT, PMDB, PSD, PP, PR, PTdoB e PRP (os três últimos em bloco).
Também compareceram parlamentares do PROS, PDT, PTB, PCdoB, PRB e PSC. Para
Berzoini, se a reunião não ocorresse, o governo trabalharia da mesma maneira
para aprovar o projeto, mas essa é uma demonstração de que Dilma está disposta
a um “diálogo permanente” com a base.
A estratégia de
convencer os parlamentares da importância da alteração na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) é compartilhada pelo líder do governo na Câmara, Henrique
Fontana (PT-RS), que está ligando para os colegas e pedindo que compareçam ao
plenário amanhã.
“Eu estranho que a
oposição tenha aprovado as desonerações e não nos acompanhe no ajuste da LDO”,
disse. Junto com os gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as
desonerações tributárias poderão ser abatidas, sem limites, da meta de
superávit primário para este ano, caso o projeto seja aprovado.
“Dos 20 países que
compõem o G20, 17 estão fazendo déficit fiscal, e o Brasil está pedindo
autorização para ser um dos três ou quatro que vão fazer um superávit menor,
mas não vamos fazer déficit”, disse Fontana, acrescentando que a política é
coerente com as necessidades da economia brasileira neste momento.
“O pedido da
presidenta foi exatamente nesse sentido: tivemos uma disputa que definiu uma
política econômica para o país. E a política vitoriosa nas urnas foi justamente
a que prioriza o emprego e a renda […]. E a mudança no superávit primário é
mais um passo dessa política econômica vitoriosa”, declarou a jornalistas após
o encontro.
Referindo-se à não
votação do projeto em plenário na semana passada como um “pequeno tropeço”, o
líder disse que a base está bastante comprometida com a votação de amanhã. Para
isso, deve ser mantida a tática de não responder às acusações da oposição e
assim não alongar as tentativas de obstrução da matéria.
Fonte: Agência Brasil
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