Assassina confessa da mãe planejou roteiro de mentiras depois da execução
No caderno, X. escreveu o que falaria para a polícia
Foto: Divulgação
FONTE EXTRA: Paolla Serra
Depois de queimar e esconder o corpo da telefonista
Adriana Rocha de Moura Machado, de 43 anos, a estudante X., de 17, planejou
como encobertaria a execução da mãe. Em um caderno com flores e borboletas, a
menina escreveu o depoimento que ela e o namorado, Daniel Duarte Peixoto, de 20
— que também participou do crime — dariam a polícia. No roteiro apreendido pela
polícia, horários, locais e atividades foram previamente inventados pelo casal.
Na trama, X. e Daniel encontram-se entre 5h40 e 6h,
na casa dela. Às 7h, os dois vão até o píer da Ilha do Governador, onde ficam
duas horas. Depois, a dupla segue para Bonsucesso para comprar uma peça para o
rapaz consertar a geladeira de uma cliente, no mesmo bairro.
“Cheguei em casa por volta de duas horas, fui (sic)
tomei um banh e descansei um pouco”, narra a assassina confessa. Pouco depois, uma
amiga da vítima telefona e ela responde que a mãe fora trabalhar, o que é
negado pela mulher que está na linha.
“Fiquei preocupada porque ela não é de faltar o
trabalho”. A garota então ligou para a tia perguntando se a telefonista estava
num churrasco da família. A tia, segundo o escrito, teria dito para X. ficar
calma porque, caso a mãe não chegasse, elas tomariam “alguma providência”. Por
volta de 20h e 20h30, a menina voltou a ligar para a tia.
De acordo com o delegado Maurício Luciano,
assistente da 32ª DP (Taquara), o relato mostra a frieza e a crueldade com que
a menina tratava o caso, tido supostamente como desaparecimento da vítima,
durante 11 dias. Na tarde desta sexta-feira, ela foi ouvida pelo Ministério
Público e ratificou o depoimento dado na delegacia e a versão de que matou
Adriana para ter mais liberdade com o namorado. Ela falou durante 15 minutos e
novamente não mostrou emoção ao narrar os detalhes do homicídio. Em até 20
dias, a situação de X. deverá ser julgada
Menor mata a mãe, confessa crime e diz que motivo
foi porque queria ter mais liberdade com o namorado
Casal que assassinou Adriana Machado compra álcool em posto de gasolina
para atear fogo no corpo Foto: Reprodução
FONTE EXTRA: Paolla Serra e Roberta Hoertel
De olhos baixos, a imagem de X. na 32 DP (Taquara)
contrastava, nesta quinta-feira, com a jovem que cultivou sua força nas aulas
de muay thai durante quatro anos. Foi com as técnicas da luta que a menor, de
17 anos, teria conseguido matar a mãe, Adriana Rocha de Moura Machado. Fria,
ela confessou o crime à polícia após ser pressionada. O assassinato aconteceu
uma semana após Adriana proibir a adolescente de levar o namorado, Daniel
Duarte Peixoto, à sua casa. Para ter mais liberdade com o parceiro, segundo a
polícia, a jovem planejou e executou o crime com a ajuda do rapaz.
Adriana Rocha Machado foi assassinada dormindo, em
casa, pela própria filha
Foto: Reprodução
X. dormia na mesma cama da mãe, em um pequeno
apartamento no Cachambi. Foi da intimidade que ela tirou a oportunidade para
golpear Adriana com um “mata-leão”. Já desmaiada, a vítima foi sufocada com um
saco plástico. Daniel já aguardava X. do lado de fora da casa, para comprarem
álcool e queimarem com o corpo. O casal levou Adriana até um terreno em Duque
de Caxias, onde o corpo foi incendiado.
Um dia depois, a menor ligou para o primo, o
inspetor de polícia Rafael Machado, para comunicar o desaparecimento da mãe. X.
acusou uma prima, que discutiu com Adriana recentemente pela herança de outro
parente.
— Ela me pedia para procurar a mãe nos hospitais,
sabendo onde ela estava. Se existe um monstro nessa história, é ela — desabafa
Fabiana Lopes, amiga da família.
Segundo a polícia, a jovem também tinha interesse
em um seguro de vida da mãe, no valor de R$ 15 mil, do qual era a única
beneficiária. Após quatro depoimentos, o casal confessou o crime. Daniel pode
pegar até 30 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação
de cadáver. X. cumprirá uma medida socioeducativa por no máximo três anos.
Três dias depois de matar a mãe, X. recebeu o EXTRA
em casa para falar sobre o suposto desaparecimento da telefonista. Na ocasião,
a estudante ajudou a procurar fotos de Adriana Rocha de Moura Machado nas redes
sociais, contou detalhes dos últimos momentos dela e disse desconhecer seu
paradeiro. Não esboçou emoção.
— Não faço ideia do que pode ter acontecido com ela
— garantiu, tímida, ao lado do namorado e da tia.
— Estamos em estado de choque. Nunca imaginamos que
uma menina de quem cuidei desde bebê, que sempre recebeu muito carinho, fosse
capaz disso — emocionou-se a dona de casa Regina Célia Machado Matos, tia da
telefonista.
Na tarde da última terça-feira, a assassina
confessa chamou um parente para anunciar “uma boa notícia”. Ela falou que
prentedia se casar com Daniel. De acordo com parentes, a jovem não se mostrava
preocupada com o sumiço da mãe.
Segundo a polícia, no dia seguinte ao assassinato
X. foi à cooperativa Ouro Táxi, onde a mãe trabalhava, e pediu dinheiro para
fazer buscas por hospitais e no IML. Mas gastou tudo em compras no Norte
Shopping.
Adolescente que matou a mãe no Cachambi disse que
queria mais liberdade com o namorado
Rafael Galdo - O Globo
RIO — Uma adolescente de 17 anos é acusada de matar
a própria mãe, de 43 anos, no Cachambi, Zona Norte do Rio. O crime teria
acontecido no último dia 25 de maio. Ela afirmou em depoimento à polícia que
teve a ideia de cometer o assassinato para ter mais liberdade com o namorado,
Daniel Duarte Peixoto, de 20 anos. Segundo policiais da 32ªDP (Taquara), na
quarta-feira anterior ao crime, a telefonista Adriana Rocha de Moura Machado,
de 43 anos, teria proibido a filha de receber Daniel em casa depois que ele
rasgou uma foto da família por ciúme.
A polícia, no entanto, investiga se o casal, que
está junto há quatro meses, teria planejado o crime por interesse em R$ 15 mil,
valor de um seguro da vítima. Os dois foram detidos na tarde de quarta-feira,
após uma longa investigação que começou quando a garota prestou queixa pelo desaparecimento
da mãe, numa tentativa de despistar os investigadores. O delegado Antônio
Ricardo Nunes, titular da 32ª DP (Taquara), disse que os dois confessaram o
crime depois que a polícia teve acesso às câmeras de segurança que mostravam o
deslocamento do carro do rapaz no dia do crime. Eles também tiveram o sigilo
telefônico quebrado.
— Eles foram caindo em várias contradições.
Sabíamos que eles eram suspeitos, mas não os tratávamos assim para que eles
pudessem falar. Depois de apresentarmos as provas que tínhamos é que o casal
confessou. Mas posso afirmar, ela é a mentora do crime. É uma pessoa fria e
calculista — disse o delegado, que contou que as duas moravam sozinhas e
dormiam na mesma cama.
Adriana foi atacada pela filha, que luta muay thai,
enquanto dormia, com um golpe conhecido como 'mata-leão'. Desacordada, a mulher
foi asfixiada pela filha e pelo namorado dela com um saco plástico. Juntos, os
dois deixaram a casa, na Rua Menezes Vieira, e ainda passaram num posto de
gasolina próximo, onde compraram um galão de álcool. Eles colocaram o corpo no
carro de Daniel e foram até um terreno abandonado em Duque de Caxias, onde o
queimaram.
A mãe trabalhava como atendente de uma empresa de
táxi. A melhor amiga de Adriana, Fabiana Lopes, de 32 anos, contou que no dia
seguinte ao desaparecimento ela ainda tentou consolar a jovem.
— Eu a tomei nos braços, como uma filha, para
consolá-la. Fiquei com os dois sozinhos em casa. Podiam ter me matado. Ainda
chamei a adolescente para ficar comigo, na minha casa — contou Fabiana, que
lembrou ainda de um pedido feito pela amiga. — Um dia levei a minha amiga ao
hospital com um problema de tireóide e ela havia me pedido para que se
acontecesse qualquer coisa, que eu cuidasse da filha dela. Não acredito no que
aconteceu. Nem que ela tenha seguido a cabeça do namorado. Se tem um monstro
nessa história, é a garota, pois é a mãe dela que está morta.
De acordo com um parente, um dia antes de ser
presa, a adolescente teria anunciado que pretendia se casar com o namorado,
segundo informações do site do jornal “Extra”. De acordo com familiares, a
jovem não se mostrava preocupada com o sumiço da mãe.
— Estamos em estado de choque. Nunca imaginamos que
uma menina que cuidei desde bebê, que sempre recebeu muito carinho, fosse capaz
disso — emocionou-se a tia de Adriana, a dona de casa Regina Célia Machado
Matos.
A menor foi levada para o Degase. Já o namorado
dela foi levado pelos policiais para a Polinter. Ele pode pegar de 20 a 30 anos
de prisão.
Crime semelhante em São Paulo
O caso é semelhante ao que aconteceu em outubro de
2002, em São Paulo, quando Suzane Von Richthofen, na ocasião com 19 anos, matou
os pais junto com o namorado e o irmão dele, os irmãos Daniel e Cristian
Cravinhos de Paula e Silva, respectivamente. Suzane e Daniel chegaram a
comparecer ao enterro de Manfred e Marísia Richthofen, mas foram presos dias
depois do crime. Daniel e Cristian confessaram que mataram o casal, que dormia,
com golpes de barra de ferro. Suzane planejou o crime. Manfred e Marísia eram
contra o namoro da filha Suzane com Daniel Cravinhos.
Suzane e os irmãos Cravinhos foram condenados, em
julho de 2006, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e furto.
Suzane foi condenada a 39 anos. Ela está presa na cadeia de Tremembé, no
interior de São Paulo. Na cadeia, ela virou pastora envagélica e se tornou
amiga de Anna Carolina Jatobá, acusada da morte da enteada, a menina Isabella
Nardoni.
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